Mas esse é o caminho?
Segundo fontes sindicais só os bancários receberão R$ 3,578 bilhões até março de 2011 em PLR. No ABC paulista, os metalúrgicos conquistaram, ao todo, R$ 390 milhões em PLR, segundo o Dieese. Isso representa um salto de 11% com relação à 2008. O Jornal Estado de São Paulo diz que em alguns casos o funcionário recebe 4x o valor do salário em PLR.
O que vejo como crítico nesse processo é o esquecimento por parte dos Gestores do lado humano. Dividir lucros sem uma forte estrutura de Gestão de Pessoas como base de sustentação pode ser um "tiro no pé".
Sabemos que a motivação externa como dinheiro pode levar os colaboradores a entender que aquele prêmio deixa de ser algo especial e vira uma obrigação da empresa. Podendo levar os colaboradores em um primeiro momento a uma falsa motivação, consequencia da empolgação do poder que o dinheiro poderá lhe conferir. Mas passada a euforia inicial, sem uma política de gestão de pessoas adequada, a participação nos lucros pode render algumas dores de cabeça para o RH e para o corpo diretivo, como:
- Pessoas que acreditam trabalhar mais do que outras, mas que ganham o mesmo PLR podem ficar insatisfeitas com essa política e desencadear conflitos interpessoais.
- Para "aparecer" mais, algumas pessoas deixam de cooperar pois julgam merecer melhores prêmios.
- A perda do sentido do trabalho, decorrente da apatia pós-consumo, pode gerar desmotivação.
- Sem perceber a gestão pode aumentar as cobranças ao extremo já que existe a PLR.
- As pessoas começam a sentir-se como números, perdendo o significado de seu papel.
Você está no caminho certo?